Várias são as formas de colecionar selos dentro da Filatelia, porém as mais expressivas e com grande número de colecionadores são: Filatelia Clássica e Filatelia Temática. Na Filatelia Clássica, coleciona-se obedecendo uma ordem cronológica, desde o primeiros selos de cada país ou de um determinado país, seguindo-se cronologicamente até os dias atuais, neste caso coleciona-se selos seqüencialmente, independente de qual forem as imagens estampadas nos selos. Pode-se também colecionar um determinado período filatélico ou histórico, em todos os tipos de coleções, são organizados seqüencialmente os selos, cartas seladas, quadras ou blocos de selos. Temos também as coleções especializadas onde são colecionados selos com variedades diversas, erros de impressão, diferenças de cores, de papeis etc. O colecionador intercala periodicamente envelopes, ou seja, cartas com o selos colados, procurando estudar estes envelopes, identificando o remetente, destinatário, local de postagem e relatar sobre o percurso desta carta, através dos carimbos desta carta, sabendo o tempo que levou da postagem até o destino final, o valor do porte pago etc. Tudo isto é que vai deixando este tipo de colecionismo mais atraente. Antigamente colecionavam-se apenas selos, mas já a muito tempo a procura é maior por selos sobre envelopes, que dão origem a uma "História Postal", conseqüentemente aumentando o valor da carta com o selo colado sobre ela e os devidos carimbos. A maioria dos países do mundo esta atualmente aderindo a esta História Postal, com exceção de poucos países que se mantém mais conservadores ao sistema de filatelia tradicional, como é o caso da Inglaterra que prefere colecionar selos individualmente.
No caso da Filatelia Temática, o que importa são as imagens impressas nos selos, sendo vários os temas que podem ser escolhidos para colecionarmos, como: Gatos, Cavalos, Pinturas e Quadros, Flores, Animais, Personagens Famosos, Esportes, Meios de Transporte, Frutas, ou outros temas diversos. Esta é uma forma agradável de colecionismo, pois a pessoa não fica presa as normas da Filatelia Clássica, ficando assim livre para colecionar qualquer selo, que tenha por exemplo um pássaro ou uma borboleta , desde que o tema escolhido sejam estes, mas terá de fazer um plano de estudo, relatando a maneira que vai expor determinado tema.

A Filatelia Temática, há muitos anos vem se ampliando, e conta com grande número de colecionadores no Brasil e no mundo, mas isto não quer dizer que a Filatelia Clássica esteja diminuindo, pelo contrário ela continua bem posicionada mundialmente, pois nunca deixou de comparecer em todas exposições que são feitas em todos os países.
Mas o mais importante é colecionar selos, da melhor maneira que a pessoa se sentir e, que ela sinta prazer em colecionar e futuramente quando for mostrar através de exposições aquilo que ela colecionou, aí então ela pensará em normas e regulamentações, mas o colecionador deve desde agora, procurar conversar com outros colecionadores ou ir a clubes filatélicos e aprender um pouco sobre como montar seus selos em álbuns ou classificadores. Um colecionador pode apenas colecionar seus selos, independentemente de futuramente colocar ou não seus selos em exposições, mas se um dia resolver expor, aí então deverá seguir algumas normas que visam facilitar os jurados que julgam estas coleções, a terem condições de fazer suas avaliações, mas o principal, visam estas normas dar melhores condições aos visitantes destas exposições, para que eles tenham uma boa imagem e aproveitamento daquilo que vão ver.
Iniciar uma coleção é muito fácil, basta começar a juntar selos indiscriminadamente e após algum tempo, quando você já tiver um número maior de exemplares, ir definindo e se apegando a um tipo de selo específico, vai da aptidão da pessoa, dos seus princípios, cultura e afinidade, partindo então a colecionar selos do Brasil ou de outro país qualquer, em ordem cronológica pela data da sua emissão ou passa a colecionar por tema de acordo com sua vontade.
De uma maneira ou de outra, aquilo que você for juntando, não é perdido, quando passar algum tempo, os selos que você colecionou, passarão a ter um valor, valor este facilmente identificado em catálogos filatélicos diversos, tornando assim um hobby e um investimento simultaneamente.
Como o colecionismo de selos iniciou quase junto com o lançamento dos primeiros selos no mundo em 1840, existem selos bem antigos, logo, o colecionador facilmente tem em suas mãos selos centenários, encontrados ainda a preços baixos. Os colecionadores se apegam a estes selos, por uma questão histórica, por serem peças consideradas de antiquário, peças estas, como já relatei, que são encontradas aos centos em qualquer feira livre, loja filatélica ou clubes, peças estas que são integradas nas coleções das pessoas, ficando por muitos anos em seu poder, muitas vezes não pelo valor intrínseco do selo, mas como uma maneira de ter um pouco do passado, presente nos dias atuais, pois são selos que foram emitidos a mais de 100 anos. Estes selos, quando carimbados, fizeram seu papel social, levando na época, cartas aos seus destinatários, passando por chuva e sol, e muitas vezes por maus tratos e jogados em gavetas ou armários por décadas consecutivas. Daí é que vem um pouco do apego do colecionador, quando se depara com vários selos em suas mãos e não quer se desfazer deles, pois estes passaram a ser amigos calados, através dos tempos.
Só quem coleciona, nem que seja por curiosidade, por algum espaço de tempo, é que pode entender de fato aquilo que relato, pois cada selo traz uma mensagem, uma imagem ... é uma mística.
Convido a todos para entrar neste mundo fascinante dos selos, você não ficará mais só, você preencherá seus espaços de tempo, terá mais acesso a diversos tipos de cultura, é tão envolvente, chegando a combater a fadiga, o estresse da vida agitada de hoje.
Caso quiserem conhecer mais sobre Filatelia, podem escrever ou fazer uma visita a S.P.P. Sociedade Philatélica Paulista, sociedade esta com 82 anos de existência, com sede própria no centro de São Paulo, lá você encontrará pessoas que darão todas informações sobre como colecionar e o que colecionar, você estará entre amigos, pois nossa sociedade tem como lema incentivar a Filatelia.Não é necessário ficar sócio de imediato, você pode freqüentar a sede por um determinado tempo, aí então se gostar, poderá associar-se, com direito a receber Boletins Informativos periodicamente, com direito a comprar, vender, trocar selos na sede ou através de leilões próprios, inclusive o associado tem direito ao acesso a biblioteca com milhares de livros e revistas de filatelia.Você também poderá colecionar selos novos, comprados no Correio ou em lojas filatélicas.
Não pense que seja necessário investir valores altos, colecionar selos é relativamente barato, hoje tem selos a venda nos Correios que iniciam com R$0,01, R$0,02, R$0,5, R$0,10 e outros com valores um pouco mais elevados, isto em se tratando de selos novos, onde o total de selos e blocos emitidos pelo Correio em um ano, aproxima-se de R$100,00. Você poderá colecionar também selos usados, que vem nas cartas que recebe, ou pedir a amigos, aí então o custo é praticamente zero. Para colecionadores mais avançados, que já conseguiram grande parte dos selos comuns, também poderá adquirir nas lojas filatélicas ou leilões com selos de valores maiores, que ajudam a valorizar suas coleções.Colecionando selos você não tem nada a perder, só a ganhar, pois alem de ser uma distração educativa, a qualquer hora que você quiser dispor da coleção, sempre tem quem queira comprar e dar continuidade a mesma.
O colecionador de selos, tanto pode colecionar em sua casa, isoladamente, como pode se associar a clubes filatélicos, ir a exposições, ir a feiras livres onde é comum terem filatelistas trocando e comprando selos, ir a lojas filatélicas, ir ao Correio, ir a Leilões de selos, pode até ter contato com outros colecionadores, através de correspondências ou mesmo pela Internet, onde se abre um horizonte muito grande de pessoas que colecionam aquilo que você coleciona.

SÉRGIO MARQUES DA SILVA , autor desta matéria, é presidente do Clube Filatélico São Paulo; Vice-presidente da Sociedade Philatélica Paulista e autor do livro "Selos Postais no Mundo"