Filatelia
COMO COLECIONAR SELOS - 4ª Parte

Autor: Sergio Marques da Silva

A maioria de colecionadores de selos, com o tempo, organiza suas coleções, estuda o tipo de selo que coleciona, compra mais selos para preencher as falhas e, conseqüentemente, começa a ter contato com outros colecionadores e comerciantes que ajudam a ir definindo o tipo de coleção mais apropriado a cada colecionador, pois cada um tem um cabedal de cultura diferente e um poder aquisitivo também diferenciado, sendo que, unidos e bem orientados, poderão chegar a ter ótimas coleções, as quais, muitas vezes, têm condições de serem expostas em grandes eventos filatélicos.
Essas exposições são redigidas por normas e regulamentos, como tudo o que é organizado.
São regulamentos supervisionados pela Febraf - Federação Brasileira de Filatelia. Dessa forma, sob suas normas, são recrutados diversos colecionadores pequenos, médios e grandes e realizadas exposições periódicas em todos os cantos do país e no estrangeiro.
Quanto ao colecionador, independente do tipo de coleção que tenha, ele deve escolher um tema ou período clássico da filatelia e montar a melhor parte da sua coleção com o intuito não só de mostrar aos outros seus selos e estudos, mas também competir junto a outros participantes.
Cada coleção pode participar com 5 painéis padronizados, fornecidos pelos Correios. Esses painéis comportam, cada um, 16 folhas montadas com selos, dando, assim, condições de cada expositor expor 80 folhas, com selos e envelopes.
Para que essas folhas fiquem bem colocadas e encaixadas nos painéis, há necessidade de serem obedecidas as seguintes medidas: 21 a 22cm de largura, por exatamente 28 cm de altura, praticamente uma folha de papel tipo A4, utilizada em computadores, porém cortadas com 28 cm na altura.
Alertamos que, ao adquirirem essas folhas, procurem-nas com papel um pouco mais grosso, para que dê maior sustentação aos selos e cartas ali fixados.
Essas folhas deverão, finalmente, ser colocadas em plásticos transparentes para que fiquem protegidas no transporte, na montagem e na desmontagem das coleções nas exposições.
De início, o colecionador deve fazer um plano ou roteiro daquilo que consta em sua coleção, indicando criteriosamente o desenrolar do assunto exposto. Deverá, numa seqüência, mostrar começo, meio e fim, harmoniosamente.

Maneira Certa

Maneira Errada



Portanto, não deve sobrecarregar demais as folhas, colocando grande quantidade de selos ou envelopes nelas. Deve dosar, entre selos e envelopes, por exemplo, um envelope embaixo e alguns selos em cima; ou colocar, no máximo, dois envelopes em uma única folha. Neste caso, na se deve colocar selos nesta folha.
As folhas deverão ser brancas e poderão ter uma pequena margem à sua volta, que pode variar de 0,5 mm a 1 cm.
Não deverá haver anotações constantes como: nome ou iniciais do expositor, endereços, telefones, pois essas anotações podem fugir do tema exposto.
Essa coleção deverá seguir uma ordem ou um critério, para que o visitante não fique perdido no decorrer dos painéis. Logo, se ela for, por exemplo, clássica, seguirá uma ordem cronológica, de acordo com as datas de emissão dos selos. Isso pode ser facilmente acompanhado por um catálogo do país ou do tema desejado. Como o colecionador vai sempre adquirindo mais peças e montando sempre novas folhas, na hora de expor, deverá, entre as inúmeras folhas de sua coleção, selecionar as 80 melhores, ficando as restantes em sua coleção particular. Somente serão avaliadas pelos jurados, as folhas expostas, independente do restante que ficou em casa, há peças a mais, que, por motivo de espaço, não foram expostas. Só recebe pontuação aquilo que está exposto.
A primeira folha da coleção deverá ser o índice ou o roteiro de toda a coleção. Este, de maneira sucinta e objetiva, indicará o nome da coleção, o nome do seu proprietário, um parágrafo explicando o título e um relato breve da coleção. Com isso, o visitante ou os jurados, ao lerem o roteiro, saberão que um selo ou peça filatélica está no início, meio ou fim da coleção.
No tipo de coleção tradicional ou temática, aquela sujeita às normas da Febraf, não é permitido colocar peças não-filatélicas, como um recorte de revista, ou um elemento que não seja postal, como um cartão telefônico ou uma fotografia qualquer.
No decorrer da coleção, as anotações deverão ser apenas as necessárias, pois muito texto cansa o visitante e os jurados, acabando por não ser lido.
É visitando exposições e vendo como fizeram os veteranos da filatelia que se aprende, podendo até inovar, mas inovar dentro das regras e para melhor.
Muitos colecionadores estão querendo expor suas coleções, o que é bom, pois demonstra o interesse em divulgar aquilo que fazem. Isso dá condições de os jurados julgarem e, conseqüentemente, oferecerem condições de lapidação e ajustes a essas coleções, para que fiquem cada vez melhores, proporcionando maior satisfação ao colecionador e ao visitante. Tanto um quanto o outro, ao irem às exposições, ficam também incentivados a colecionar da mesma forma.
Colecionar selos é muito bom e, quando você parte para a pesquisa de um tema, chegando ao Estudo Postal, se torna muito melhor.
Montar uma coleção e participar de uma exposição é simples, embora a princípio pareça trabalhoso ou complicado. Mas é fácil, basta ir a uma exposição e verificar.
Poderá também ir a um clube filatélico e se orientar junto com outros associados, mas o mais importante é você colecionar seus selos e se sentir bem. Na hora que sentir vontade de expor, inicie as montagens e faça inscrição para expor. Faça parte de um clube, visite eventos filatélicos e torne-se, assim, um verdadeiro filatelista.
Além de diploma de participação, a coleção pode ser premiada com medalha de Bronze, Bronze Prateado, Prata, Prata Grande, Vermeil, Vermeil Grande, Ouro e Ouro Grande e Prêmios Especiais.
No encerramento dessas exposições, acontece a noite de gala, que consiste na entrega das premiações, os chamados "Palmares", onde os ganhadores se reúnem normalmente em cerimônias festivas, com a presença de grande número de participantes, visitantes e veículos de divulgação.


SÉRGIO MARQUES DA SILVA , autor desta matéria, é presidente do Clube Filatélico São Paulo;
Vice-presidente da Sociedade Philatélica Paulista e autor do livro "Selos Postais no Mundo"

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