A maioria de colecionadores de selos,
com o tempo, organiza suas coleções, estuda o tipo
de selo que coleciona, compra mais selos para preencher as falhas
e, conseqüentemente, começa a ter contato com outros
colecionadores e comerciantes que ajudam a ir definindo o tipo
de coleção mais apropriado a cada colecionador,
pois cada um tem um cabedal de cultura diferente e um poder aquisitivo
também diferenciado, sendo que, unidos e bem orientados,
poderão chegar a ter ótimas coleções,
as quais, muitas vezes, têm condições de
serem expostas em grandes eventos filatélicos.
Essas exposições são redigidas por normas
e regulamentos, como tudo o que é organizado.
São regulamentos supervisionados pela Febraf - Federação
Brasileira de Filatelia. Dessa forma, sob suas normas, são
recrutados diversos colecionadores pequenos, médios e
grandes e realizadas exposições periódicas
em todos os cantos do país e no estrangeiro.
Quanto ao colecionador, independente do tipo de coleção
que tenha, ele deve escolher um tema ou período clássico
da filatelia e montar a melhor parte da sua coleção
com o intuito não só de mostrar aos outros seus
selos e estudos, mas também competir junto a outros participantes.
Cada coleção pode participar com 5 painéis
padronizados, fornecidos pelos Correios. Esses painéis
comportam, cada um, 16 folhas montadas com selos, dando, assim,
condições de cada expositor expor 80 folhas, com
selos e envelopes.
Para que essas folhas fiquem bem colocadas e encaixadas nos painéis,
há necessidade de serem obedecidas as seguintes medidas:
21 a 22cm de largura, por exatamente 28 cm de altura, praticamente
uma folha de papel tipo A4, utilizada em computadores, porém
cortadas com 28 cm na altura.
Alertamos que, ao adquirirem essas folhas, procurem-nas com papel
um pouco mais grosso, para que dê maior sustentação
aos selos e cartas ali fixados.
Essas folhas deverão, finalmente, ser colocadas em plásticos
transparentes para que fiquem protegidas no transporte, na montagem
e na desmontagem das coleções nas exposições.
De início, o colecionador deve fazer um plano ou roteiro
daquilo que consta em sua coleção, indicando criteriosamente
o desenrolar do assunto exposto. Deverá, numa seqüência,
mostrar começo, meio e fim, harmoniosamente.
Maneira Certa
Maneira Errada
Portanto, não
deve sobrecarregar demais as folhas, colocando grande quantidade
de selos ou envelopes nelas. Deve dosar, entre selos e envelopes,
por exemplo, um envelope embaixo e alguns selos em cima; ou colocar,
no máximo, dois envelopes em uma única folha. Neste
caso, na se deve colocar selos nesta folha.
As folhas deverão ser brancas e poderão ter uma
pequena margem à sua volta, que pode variar de 0,5 mm
a 1 cm.
Não deverá haver anotações constantes
como: nome ou iniciais do expositor, endereços, telefones,
pois essas anotações podem fugir do tema exposto.
Essa coleção
deverá seguir uma ordem ou um critério, para que
o visitante não fique perdido no decorrer dos painéis.
Logo, se ela for, por exemplo, clássica, seguirá
uma ordem cronológica, de acordo com as datas de emissão
dos selos. Isso pode ser facilmente acompanhado por um catálogo
do país ou do tema desejado. Como o colecionador vai sempre
adquirindo mais peças e montando sempre novas folhas,
na hora de expor, deverá, entre as inúmeras folhas
de sua coleção, selecionar as 80 melhores, ficando
as restantes em sua coleção particular. Somente
serão avaliadas pelos jurados, as folhas expostas, independente
do restante que ficou em casa, há peças a mais,
que, por motivo de espaço, não foram expostas.
Só recebe pontuação aquilo que está
exposto.
A primeira folha da coleção deverá ser o
índice ou o roteiro de toda a coleção. Este,
de maneira sucinta e objetiva, indicará o nome da coleção,
o nome do seu proprietário, um parágrafo explicando
o título e um relato breve da coleção. Com
isso, o visitante ou os jurados, ao lerem o roteiro, saberão
que um selo ou peça filatélica está no início,
meio ou fim da coleção.
No tipo de coleção tradicional ou temática,
aquela sujeita às normas da Febraf, não é
permitido colocar peças não-filatélicas,
como um recorte de revista, ou um elemento que não seja
postal, como um cartão telefônico ou uma fotografia
qualquer.
No decorrer da coleção, as anotações
deverão ser apenas as necessárias, pois muito texto
cansa o visitante e os jurados, acabando por não ser lido.
É visitando exposições e vendo como fizeram
os veteranos da filatelia que se aprende, podendo até
inovar, mas inovar dentro das regras e para melhor.
Muitos colecionadores
estão querendo expor suas coleções, o que
é bom, pois demonstra o interesse em divulgar aquilo que
fazem. Isso dá condições de os jurados julgarem
e, conseqüentemente, oferecerem condições
de lapidação e ajustes a essas coleções,
para que fiquem cada vez melhores, proporcionando maior satisfação
ao colecionador e ao visitante. Tanto um quanto o outro, ao irem
às exposições, ficam também incentivados
a colecionar da mesma forma.
Colecionar selos é muito bom e, quando você parte
para a pesquisa de um tema, chegando ao Estudo Postal, se torna
muito melhor.
Montar uma coleção e participar de uma exposição
é simples, embora a princípio pareça trabalhoso
ou complicado. Mas é fácil, basta ir a uma exposição
e verificar.
Poderá também ir a um clube filatélico e
se orientar junto com outros associados, mas o mais importante
é você colecionar seus selos e se sentir bem. Na
hora que sentir vontade de expor, inicie as montagens e faça
inscrição para expor. Faça parte de um clube,
visite eventos filatélicos e torne-se, assim, um verdadeiro
filatelista.
Além de diploma de participação, a coleção
pode ser premiada com medalha de Bronze, Bronze Prateado, Prata,
Prata Grande, Vermeil, Vermeil Grande, Ouro e Ouro Grande e Prêmios
Especiais.
No encerramento dessas exposições, acontece a noite
de gala, que consiste na entrega das premiações,
os chamados "Palmares", onde os ganhadores se reúnem
normalmente em cerimônias festivas, com a presença
de grande número de participantes, visitantes e veículos
de divulgação.
SÉRGIO MARQUES DA SILVA , autor desta matéria,
é presidente do Clube Filatélico São Paulo;
Vice-presidente da Sociedade Philatélica Paulista e autor
do livro "Selos Postais no Mundo" |
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