O Brasil nos Jogos Olímpicos:
Imagens Filatélicas
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Em 1906, bem antes do início da participação
brasileira nos Jogos Olímpicos, um brasileiro já
recebia uma premiação do Comitê Olímpico
Internacional: O Diploma Olímpico para nada menos do que
Alberto Santos Dumont (Foto 1), por serviços prestados
ao esporte.
Foto 1
Esta participação foi iniciada em 1920, nos
Jogos de Antuérpia, na Bélgica. Desta pioneira
participação não há peças
filatélicas explícitas, todavia, os especialistas
do tema não desprezam os diversos carimbos mecânicos
da própria Bélgica, utilizados durante meses, desde
antes dos Jogos, possibilitando assinalar várias datas
expressivas (Foto 2) como os dias 03/08/1920, data de nossa primeira
medalha olímpica, ganha por Afrânio Costa (Foto
3) e 04/08/1920 (Foto 4), vitória de Guilherme Paraense
(Foto 5), nossa primeira medalha de ouro, retratados em 1992,
na série brasileira dos Jogos de Barcelona, ambos no tiro
ao alvo. Além disso, há peças postais transportadas
pelo Curvelo, do Lloyd Brasileiro, navio este que levou a delegação
nacional em viagem cheia de alternativas.
O que poucos sabem é que Afrânio Costa era filatelista,
sócio da Sociedade Philatelica Brasileira, conforme se
pode ver no número de agosto de 1920 da Revista Philatelica
Brasileira, daquela entidade: "... O Brasil acaba de receber
o título de campeão de revolver, título
este obtido pelo tenente do nosso exército Paraense. O
2° lugar na prova de pistola foi obtido pelo nosso distinto
amigo e consócio da S.P.B., o Dr. Afrânio Costa,
que soube também por esta forma dignificar no estrangeiro
a nossa Pátria". Para se ter uma idéia do
clima esportivo da época e das homenagens aos vencedores,
recomenda-se a leitura de Olavo Bilac e Coelho Neto (Foto 6).
Foto 2 |
Foto 3 e 5 |
Foto 4 |
Foto 6 |
Dos Jogos de Paris, de 1924, inexistem referências imediatas,
restando-se analisar a correspondência transportada pelo
navio Orânia, do Lloyd Brasileiro, que levou a delegação
brasileira, parte da qual pode ser vista em rara foto (Foto 7).
Em 1928, em Antuérpia, o Brasil não participou.
Em Los Angeles, 1932, nenhum selo ou carimbo, tampouco nenhuma
medalha, mas uma participação extremamente acidentada,
com uma viagem épica, com parcos recursos, sequer havendo
dinheiro para a taxa de desembarque de todos os atletas, o que
acabou por deixar vários deles a bordo do navio Itaquicê.
Como referências, além da correspondência
transportada pelo mesmo, pode-se obter telegramas recebidos e
entregues a bordo. Também duas etiquetas, autorizadas
pelos Correios, embora não obrigatórias, ajudavam
a angariar fundos para a participação (Foto 9).
Foto 7 (Clique para foto maior) |
Foto 9 |
Os Jogos de Berlim, em 1936, marcaram o aparecimento da primeira
peça filatélica olímpica brasileira, a franquia
mecânica do Banco Germânico (Foto 10), nossa maior
estrela e a menos conhecida. Dela, sabe-se apenas ser proveniente
de uma máquina Hassler, desconhecendo-se a data de início
e fim de uso, e, pelas datas conhecidas, o período foi
longo, de mais de um ano. Todo o arquivo do Banco Germânico
foi confiscado pelo governo, quando da declaração
de guerra à Alemanha, inexistindo as fontes para pesquisa.
Também podem ser utilizadas peças postadas nas
diversas agências montadas para os Jogos, em especial no
Estádio e na Vila Olímpica, por atletas brasileiros,
das quais se conhecem diversas peças (Foto 11). Para estes
Jogos foi esboçado um esquema de arrecadação
de fundos, com etiquetas de excelente design gráfico para
a época, as quais não chegaram a ser emitidas e
os seus desenhos, vistos pelo autor, não puderam ser resgatados,
vindo a se perder com o filho do autor do desenho.
Após o período de interrupção
devido à 2ª Guerra Mundial, ocorrem em 1948, em Londres,
novos Jogos, sem peças brasileiras, apesar da Casa da
Moeda ter efetuado até mesmo ensaios, conforme notícia
da época, no Brasil Filatélico, do Clube Filatélico
do Brasil.
Os Jogos de Helsinque, em 1952, marcam o aparecimento de nossa
segunda peça olímpica, também uma franquia
mecânica, emitida pela Scandinaviam Airlines (Foto
12), bem como existem diversas peças postadas no Estádio
e na Vila Olímpica, por atletas brasileiros, em particular
do nosso campeão Adhemar Ferreira da Silva, precisamente
em seu "grande dia", (23/07/1952) (Foto 12 A) quando
bateu quatro recordes mundiais e na data de sua vitória
e recorde olímpico (26/07/1952). A nossa terceira peça
também é deste ano, pois o selo do Fluminense Futebol
Clube (Foto 12 C) exibe os cinco anéis olímpicos,
lembrando ser este clube o único no país a receber
a Taça Olímpica, ofertada pelo Comitê Internacional,
em 1949.
Foto 12 A |
Foto 12 C |
Melbourne, em 1956, também sem selos brasileiros, restando
as cartas postadas por atletas e dirigentes. Estes Jogos marcaram
o surgimento de selos de outros países em homenagem a
atletas brasileiros, tendo a República Dominicana sido
o primeiro.
Os Jogos de Roma também não tiveram selos, apesar
do ensaio efetuado por Biaggio Mazzeo e não autorizado
pelos Correios (Foto 15). Mas os muitos selos da Copa do Mundo
de Futebol de 1970, de diversos países, com imagens da
seleçao brasileira naquela copa, podem ser usados para
mostrar Gérson, como este da Coréia do Norte, pois
o mesmo, quando, ainda amador, foi integrante do time de futebol
nestes Jogos. O ano de 1961 apresenta a nossa quarta peça,
um carimbo em homenagem a Éder Jofre, participante, quando
ainda amador, dos Jogos de Melbourne (Foto 17).
Foto 15 |
Foto 17 |
Dos Jogos de Tóquio, em 1964, nenhuma referência
e da Cidade do México, em 1968, outro selo do exterior,
desta feita de Granada, também para Adhemar Ferreira da
Silva, bicampeão olímpico (Foto 18). Dois treinadores
de futebol, campeões mundiais, Vicente Feola e Aymoré
Moreira, representados em selos da Nigéria, foram treinadores
da equipe olímpica brasileira nos anos 50 e 60 (Foto 19).
Os Jogos de Munique (1972) apresentaram a nossa quinta peça,
uma franquia mecânica (Foto 20), do Consulado Alemão
no Rio de Janeiro.
No ano de 1975 ocorreu a emissão de selo em homenagem
ao recorde mundial de salto triplo, por João Carlos Oliveira,
posteriormente atleta em Montreal e Moscou (Foto 21).
Foto 18 |
Foto 19 |
Foto 20 |
Foto 21 |
Montreal, em 1976, destaca-se pelo surgimento de nossas séries
olímpicas, regularmente emitidas deste então (Foto
22), bem como carimbos como data errada (Foto 23). O Uruguai,
com dois selos, homenagia João Havelange, presidente da
FIFA e membro brasileiro do Comitê Olímpico Internacional,
além de atleta nos Jogos de Berlim em 1936 (Foto 24).
Moscou, em 1980, além da nossa série (Foto 25),
a qual apresenta diversas variedades, para a felicidade dos filatelistas,
tivemos o carimbo em homenagem a Adhemar Ferreira da Silva e
seus recordes olímpicos, em São Paulo, o carimbo
do Centro Olímpico da Pirelli (Foto 27) e o Lesotho exibe
vista do Estádio Olímpico aparecendo a Bandeira
brasileira (Foto 28).
Foto 25
Foto 27 |
Foto 28 |
Em 1981 o Fluminense Futebol Clube passa a utilizar franquia
mecânica com a imagem e dizeres alusivos à Taça
Olímpica, havendo dois tipos diversos, um deles raro,
pois a plaqueta avariou-se, tendo sido logo substituída
por modelo diferente (Foto 29). O Dia Olímpico foi festejado
em São Bernardo (SP) com carimbo comemorativo (Foto 30).
Por ocasião da BRASILIANA 83, foram emitidos dois blocos
olímpicos, um referente à vitória do iatismo
em Moscou e outro em homenagem a Adhemar Ferreira da Silva (Fotos
31 e 32).
Foto 29 |
Foto 30 |
Foto 31 |
Foto 32 |
Los Angeles 1984, nova série (33), carimbo da Varig
(34), três modelos diferentes de franquias mecânicas,
utilizadas pela Confederação Brasileira de Atletismo
(Fotos 35, 36 e 37), selo da Costa do Marfim retratando Joaquim
Cruz, medalha de ouro nos 800 m (Foto 38). A Fuji Film, patrocionadora,
marcou sua presença com uma franquia mecânica (Foto
39).
Foto 38 |
Foto 39 |
Seul 1988, além da nossa série, já citada
anteriormente, apresenta selo de Comores, como o nosso satélite
Brasilsat, retransmissor de rádio e TV (Foto 40), além
de novo selo para o Fluminense Futebol Clube (Foto 41) e carimbo
para a Exposição Filatélica Olímpica
OLYMPHILEX 88.
Barcelona 1992, nova série nacional (Foto 42), e selo
de Uganda com Joaquim Cruz (Foto 43). Para a recente Atlanta
1996, foi emitida série e agora para a candidatura RIO
2004 a ECT está emitindo um selo especial.
Cumpre ressaltar que, de 1980 a esta data, forma emitidos
outros carimbos olímpicos, não citados aqui, bem
como há mais imagens de esportistas recentes do Brasil
em selos de outros países, pesquisa esta ainda em andamento,
bem como existem ensaios, provas e variedades dos selos nacionais
acima citados.
Foto 40 |
Foto 41 |
Foto 42 |
Foto 43 |
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