Se encontrarmos alguém que tem
uma moeda antiga em casa, ou uma cédula e lhe perguntarmos
se ela está "bem conservada"ou "novinha".
Estes Termos e estas circunstâncias são bem conhecidos
dos numismatas experientes. Geralmente esse "novinha"ou
"bem conservada"não são as mesmas classificações
feitas na numismática. Provavelmente aquela moeda ou cédula
não esta naquele estado de conservação que
seu dono diz, não do ponto de vista numismático!
A moeda ou cédula "novinha" pode significar
para o numismata uma peça talvez nem colecionável!
Bem então o que é
estado de conservação numismático ?
O estado de conservação
deve ser um conceito que seja aceito por todos aqueles que colecionam
moedas e cédulas. Deve ser um conceito objetivo que possa
ser usado por qualquer um e entendido por igual dentro do universo
do colecionismo numismático(também teremos muitas
discordâncias quanto à classificação,
como pode se observar na prática!).
A classificação
do estado de conservação das moedas segue os seguintes
tipos no Brasil:
F.C - "flor de cunho": é a moda tal
qual saiu da cunhagem, sem quaisquer marcas de uso ou manuseio,
sem riscos no campo, sem batidas; enfim totalmente sem marcas(um
exemplo simples é o de moedas que saem da Casa da Moeda
em estojos de acrílico e não tem, portanto nenhum
sinal estranho em sua superfície, nenhum arranhão,
mesmo que o mais leve possível). A partir desta descrição
devemos atentar para como seguramos uma moeda: entre o polegar
e o indicador, pelos bordos, sem deixar nossas impressões
digitais no campo, pois o suor e gordura dos dedos com o tempo
marcariam o metal destituindo a peça de sua condição
de FDC. Uma moeda deve ser observada sob duas condições
de luz: direta e indireta, pois dessa forma poderemos verificar
a integridade do campo(Travers, 1980).
SOBERBA - é a moeda nova, mas tem um ou outro risco
leve, mas que não esteve em circulação,
não traz sinais de uso, apenas de manuseio descuidado(por
exemplo às moedas brasileiras dos padrões cruzeiro
e cruzado em aço que saem da Casa da Moeda em sacos e
riscam - se umas nas outras, antes mesmo de entrar em circulação,
apenas com o transporte).
(*) Em outros países outra
nomencladura pode ser utilizada e mesmo acrescida de outras classes
para o estado de conservação.
M.B.C. - "muito bem conservada": é aquela
moeda que mantém aparentes os desenhos e legendas, mas
traz sinais de serem gastas nas partes mais altas do relevo devido
o uso em circulação(a exemplo dos cabelos ou barbas
da efígie apresendo-se gastos sem os riscos do penteado
e dos fios: quando há efígie de algum governante,
a exemplo do Imperador Pedro II; ou traz batidas, especialmente
na borda e serrilha).
B.C - "bem conservada"- Moeda muito usada mas
na qual ainda podem ser lidas suas legendas e principalmente
a data, ou seja ainda permitem a identificação
da moeda.
Regular - somente as moedas de metais nobres serão
consideradas, pois ainda mantém seu valor intrínseco
denotando sua utilidade como moeda , porém os estados
anteriores são os desejados para a coleção.
Outros estados classificáveis
são: G - gastas; F - furada; FT - furo tapado (*); as
quais não devem ser incluídas em coleções.
As cédulas são
classificadas segundo as seguintes categorias:
F.E. - "Flor de Estampa" - é a cédula
tal qual saiu da impressão de corte, não pode Ter
nem a mais ligeira dobra ("dobra bancária")ou
sujeiras, os cantos devem estar totalmente intocados.
SOBERBA. - Há sinais de manuseio ou dobras bancárias
( dobra executada pelo caixa do banco para facilitar o manuseio),mas
sem dobras com vinco ou outros sinais da circulação,
tais quais sujeiras devido ao manuseio ou manchas.
(*) Não confundir com
as moedas que são cunhadas com um orifício ao centro
como as japonesas de 5 yen, ou as chinesas até 1919, francesas
divisionárias (centavos) de 1914 a belgas divisionárias
de 1908 a 1930 e 1938 a 1947.
M.B.C. - "muito bem conservadas": cédulas
que circularam, mostram sinais de uso ou tem uma dobra vincada
que pode ser sentida pelo tato; podem conter alguma mancha leve
de sujeira que também poderia ser retirada.
B.C -"bem conservada": a cédula mostra
muitos sinais de uso, e de ter circulado muito e sido muito manuseada;
desbotada ou ligeiramente puída, e com os cantos já
arredondados.
Não consideradas colecionáveis
as cédulas rasgadas, furadas, faltando pedaços
ou cantos e com inscrições a caneta ou tinta que
as descaracterizem (*). A estas chamamos de "Dilaceradas".
(*) Quando se muda o padrão
monetário a exemplo do cruzeiro para cruzado (1986) ou
de mil réis para cruzeiro(1942) no Brasil, as cédulas
são incineradas, mas antes são descaracterizadas
com um carimbo ou perfuradas com determinado padrão de
furos, para impedir que retorne á circulação,
enquanto dura a mudança de padrão monetário.
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