ITAÚ
NUMISMÁTICA - Museu Herculano Pires
Uma
visita ao Museu Herculano Pires, do Itaú Numismática,
para um leigo seria a mesma coisa que ir ver quadros ou esculturas.
Para um verdadeiro colecionador é muito mais do que isso
é redescobrir a rica história numismática
Brasileira sob todos os seus aspectos.
Em 1985, o Banco Itaú
S/A, instituição fundada em 1943, adquiriu dos
Familiares de Herculano Pires, a sua coleção de
Moedas, principalmente de ouro, como forma de reconhecimento
ao membro do Conselho do Banco que tinha o hábito de expor
as suas moedas nos saguões do Banco. A coleção
inicial adquirida era composta de cerca de 1.000 peças,
até o ano de 1999, quando por deter minação
do Dr. Olavo Setúbal, iniciou-se a ampliação
da coleção para a montagem do museu que foi finalmente
inaugurado em outubro de 2000. Na época da inauguração
o acervo já contava com cerca de 3.000 peças. Atualmente
o acervo do Museu conta com aproximadamente 5.000 peças
avaliadas em mais de US$ 4.000.000,00 (Quatro Milhões
de Dólares)
O prazer do verdadeiro colecionador,
por exemplo, está em ver pessoalmente a famosa peça
da coroação de Dom Pedro I. Conta a história
que somente foram cunhadas 64 peças desta moeda que não
agradou ao Imperador porque trazia o seu busto aparecendo nú.
Das moedas distribuídas originalmente somente são
conhecidas cerca de 14 exemplares. No Brasil temos somente a
do Museu Itaú e a que se encontra no acervo da Casa da
Moeda. Este peça foi adquirida no exterior por cerca de
US$ 170.000,00 , destacando-se como a moeda mais valiosa já
cunhada no Brasil.
Destaca-se
ainda um ensaio monetário em prata onde é visto
com exclusividade o antigo nome do Brasil, Terra de Santa Cruz.
Conhece-se apenas dois exemplares, sendo que a outra peça
encontra-se no acervo do Banco de Portugal.
Das mais de 5.000 peças que compõe atualmente o
acervo, apenas 1.500 encontram-se expostas, onde foi dada uma
preferência à peças de Ouro e Prata. A coleção
possui ainda diversas medalhas e condecorações,
inclusive a Ordem da Rosa e Ordem do Cruzeiro.
90% da coleção foi adquirida no Brasil, principalmente
dos colecionadores Herculano Pires, Hélio Sant´Anna
de Almeida, José Benedito de Moraes e Wilson Rodrigues
Neto. Um trabalho digno de ressalva é a repatriação
de diversas peças de maior valor para o nosso país
feito de forma legal e idônea através da compra
de diversas peças no exterior.
Sob a direção do
Arquiteto Alfredo Gallas, a quem Setúbal incumbiu de organizar,
montar e ampliar a coleção o museu é um
verdadeiro exemplo de organização, com diversos
destaques. O projeto do museu foi elaborado pelo francês
François Hocquard, responsável inclusive por algumas
das instalações do Louvre, em Paris. O projeto
e construção do Museu consumiram razoáveis
R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais). Toda a estrutura
privilegiada justifica um investimento desta monta porque por
na realidade o museu fica dentro de um cofre com toda a estrutura
apropriada do ambiente.
A visitação é acompanhada por monitores
que detalham cada fase da história Brasileira totalmente
ilustradas com iconografias de cada época e com a trilha
sonora com músicas relativas a cada período. Segundo
o Diretor do Museu a idéia é mostrar 500 anos em
50 minutos, para grupos de 10 à 20 pessoas que são
recebidas com uma apresentação do museu em vídeo
com cerca de 10 minutos com os objetivos do Museu.
Dividido em 30 vitrines, tem a exata demonstração
de toda a história do Brasil durante a visitação.
Após a inauguração até o final do
ano a média diária de visitação foi
de 80 pessoas por dia. Após a reabertura após as
festas neste período de férias a media tem sido
de 60 pessoas por dia. A Meta do Museu é realizar a visitação
de 150 pessoas dia.
O colecionador experiente verificará
que o objetivo do museu não é estimular o colecionismo,
mas sim transmitir a preocupação do Banco em preservar
a história do Brasil através da numismática,
seguindo os ensinamentos de Friedrich von Hayek, Prêmio
Nobel de Economia - "São três os símbolos
realmente sagrados de toda nação que se leva a
sério: a bandeira, o hino e a moeda". Por fim tem-se
a impressão após ouvir as músicas e os hino
que aflora em todos os visitantes um sentimento de patriotismo
incomum nos outros veículos de divulgação
históricos. A forma iconográfica escolhida poderia
ilustrar a história com selos, ou outros documentos, mas
escolheu-se a Moeda de forma feliz, interativa e educativa.
Merecem destaques, entre muitas
peças importantes, as medalhas holandesas emitidas entre
o período de 1596 e 1660, as Moedas obsidionais cunhadas
entre 1645 e 1646 durante o período do domínio
espanhol, a única Moeda de ouro cunhada na casa da moeda
de Pernambuco em 1702, já que todas as cunhagens dessa
casa da moeda que funcionou entre 1700 a 1702 eram somente em
prata. Existe uma grande preocupação com as medalhas
e condecorações, em ouro, prata, bronze e até
mesmo em madeira. Existe de forma quase que integral, todas as
cunhagens luso-brasileiras, de todas as casas da moeda, mas especialmente
da Bahia como no destaque.
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